quinta-feira, 4 de junho de 2015

Na Paraíba do meu saudoso pai

Desembarquei no final da tarde do dia 1º de junho no aeroporto da capital paraibana, localizado em Santa Rita, município contíguo ao de João Pessoa. A Paraíba, estado de origem dos autores de Menino de Engenho, do Auto da Compadecida, e de Formação econômica do Brasil é também berço de Zé Joaquim, meu saudoso pai. Nasceu no município de Pombal, terra do intelectual de muitas obras, o cosmopolita Celso Furtado, mentor, implementador e primeiro dirigente da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste – Sudene (criada em 1959, extinta em 2001 e recriada em 2007).

Embarquei no carro que estava a minha espera e entabulei de imediato uma conversa com o motorista. Falamos do estado, da cidade, da família, do trabalho e de amenidades. Tivemos alguma dificuldade para localizar o hotel que reservara às pressas, já no avião, no Rio de Janeiro, com apoio do Candeias, rede hoteleira à qual me associei em 1972, ainda nos primórdios. A fachada do hotel, situado na praia de Cabo Branco, estava em reforma, e sem placa. Depois de pedir informação em outros hotéis da orla, finalmente encontramos o Netuanah – nome que memorizei na forma de uma pergunta: Né tu Ana?

Cumprido o procedimento de entrada no hotel e superados pequenos contratempos com luzes e controles, arriei as bagagens no apartamento, atravessei a Avenida Cabo Branco e fui tomar um lanche e apreciar o mar num quiosque em frente. Puxei logo prosa com o rapaz que me atendeu. Proveniente do município de Ingá, era recém-chegado à capital; pertence a uma família de 14 irmãos e o trabalho no quiosque era a sua primeira experiência laboral. Retornei em seguida ao hotel e tratei do dever de casa para a reunião que teria no dia seguinte numa das secretarias do estado. Dormi cedo, para o meu padrão “altas horas” de recolher-me.

Praia de Cabo Verde.

No dia seguinte, um assessor do Secretário que me receberia à tarde apanhou-me no hotel e levou-me para conhecer o centro de convenções que o estado está terminando de construir, o qual sediará, ainda este ano, um mega evento internacional. Fiquei realmente impressionado com as dimensões físicas e os múltiplos espaços do empreendimento. Meu velho, se ainda fosse vivo e tivesse tido a oportunidade de conhecê-lo, certamente mostrar-se-ia incrédulo diante de tão grandiosa obra na sua Paraíba.

Concluída a visita, fomos para a Secretaria, preparar a reunião que teríamos à tarde com o Secretário de Estado, para tratar da realização de um estudo institucional florestal/ambiental. Cumprida a agenda, deixaram-me no hotel. De novo atravessei a rua e fui refestelar-me em uma cadeira do mesmo quiosque da noite anterior. Fiquei lá algum tempo a observar: o mar, a praia, as pessoas caminhando no calçadão e pedalando na ciclovia anexa à avenida que margeia a praia. Crianças, adolescentes, jovens e pessoas da terceira idade desenvolviam suas atividades físicas só, em grupos ou acompanhados de familiares. Observei também o gabarito dos prédios ao longo da avenida, os quais na primeira quadra não ultrapassam quatro andares. Padrão bem mais civilizado urbanisticamente do que o da orla de outras capitais nordestinas: Fortaleza, Salvador e Recife, principalmente.

Mesmo cansado, ainda organizei no computador os arquivos que iria utilizar no dia seguinte, em Campina Grande. Lá, faria no Instituto do Semiárido – INSA, uma apresentação de encerramento de um curso de manejo florestal da caatinga. Como na noite anterior, recolhi-me também relativamente cedo, para encarar descansado a viagem e agenda dia seguinte.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

12º Congresso Florestal Estadual do Rio Grande do Sul

Na segunda semana de maio, estive em Nova Prata, participando do 12º Congresso Florestal Estadual do Rio Grande do Sul. Convidado por Doádi Antônio Brena, fiz a palestra de abertura, abordando o tema “Política florestal no Brasil”.
Foto: Yeda Maria Malheiros de Oliveira.

Mister Brena, como costumo chamá-lo, organiza o evento desde a primeira versão ocorrida em 1968. Somos amigos há décadas. Conhecemo-nos no mestrado, ainda solteiros, e nos reencontramos no doutorado, já casados e com filhos. Foi duplamente profícuo o nosso convívio: acadêmico e familiar. Tivemos ainda o privilégio de concluir nossos doutorados sob a batuta do mesmo orientador – Prof. Sylvio Péllico Netto, o Papa do inventário florestal em nosso País.

Profs. Sylvio e Doádi (1ª fila, D>E)
Foto: Vanice Dal Magro/Assessoria de Imprensa PMNP.


Encontrei, no evento, alguns colegas da minha turma de graduação: Yeda Maria Malheiros de Oliveira, Maurício Ballenssiefer, Henrique Rogério Branco do Amaral. Também velhos amigos e dezenas de conhecidos da universidade em que estudei (UFPR) e de outras tantas. Além do querido e respeitado orientador, Prof. Sylvio Péllico, mostrando uma disposição invejável para o trabalho do alto dos seus 70 e tantos.

Na tarde do dia 12 fui visitar a Feira da Floresta, um dos quatro eventos agregados ao Congresso. Ao deixar o local, perguntei a dois senhores que conversavam na rua fronteiriça como chegar a pé ao hotel em que eu me hospedara. Cordialmente, um deles se ofereceu para levar-me ao local. Aceitei a carona. No percurso a pé até o carro, o mais idoso revelou que eu estava na companhia do vice-prefeito e do prefeito da cidade. Pois o prefeito não só me levou ao hotel como fez também a gentileza de esperar-me. Fora eu me livrar de um incômodo computador que carregava, retornando em seguida para o local do evento.

Prefeito de Nova Prata, Volnei Minozzo
Foto: Vanice Dal Magro/Assessoria de Imprensa PMNP.

Obrigado prefeito Volnei Minozzo, pela cordialidade e acolhida! O Brasil seria muito melhor se a maioria dos prefeitos dos seus 5.565 municípios tivesse a sua simplicidade e hospitalidade.

Obrigado Mr. Brena, pelo convite e pela oportunidade de reencontrar amigos, colegas e conhecidos - e, evidentemente, você, Tânia e Aline!