Com mais de dois séculos de existência no mundo, meia centena de anos instalada no Brasil, a Engenharia Florestal é mágica, é rica, é bela… Mágica por ter atravessado 200 anos, ao longo dos quais solidificou os seus alicerces técnicos e científicos; é rica porque abarca (sem demérito de outras profissões) três ramos das ciências: biológicas, exatas e sociais; é bela por lidar com os elementos da vida: água, ar, alimento, abrigo, diversidade biológica, fauna, saúde humana, luta contra a pobreza…
Não por acaso, os três ‘acordos’ internacionais que tratam de questões globais (diversidade biológica, mudanças climáticas e luta contra a desertificação) têm hoje como tema central as florestas. O Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas abriga um Fórum Internacional de Bosques. A Agenda 21, firmada por 170 países na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), realizada no Rio de Janeiro em 1992, estabeleceu um extenso programa para tratar das florestas em âmbito planetário. Um capítulo especial, o de nº. 11, foi dedicado ao combate ao desflorestamento; o Anexo III do documento contempla princípios para o manejo, conservação e desenvolvimento sustentável de florestas. Conceitos técnicos foram ampliados para o âmbito político: programas florestais, manejo florestal, descentralização…
A partir de 1995 esforços passaram a ser empreendidos, pelo conjunto dos países que adotaram o documento, sem força jurídica obrigatória, no sentido de se definir políticas nacionais e subnacionais, consolidadas em programas florestais, que buscam harmonizar interesses e conflitos de natureza transversal, intra e intersetorial. São mais de 130 os países que no presente contam com um programa dessa natureza, em estágios distintos de desenvolvimento: formulação, implementação, monitoramento, avaliação, revisão. O Brasil formulou o seu em 2000 (Decreto nº. 3420, 20.abr.), em processo de implementação desde o seu lançamento, e que agora começa a dar os primeiros passos no sentido da descentralização para os estados.
A despeito de as políticas florestais do passado e do passado recente terem privilegiado, em âmbito mundial, uma das funções das florestas – a de produção – hoje elas buscam equilibrar o conjunto destas.
O eminente cientista florestal Walter Bitterlich apresentou em 1961 um esquema das funções utilitárias das florestas, sistematizando-as em cinco grupos: 1) produtos florestais; 2) produtos secundários; 3) utilidade das florestas para o regime das águas; 4) funções protetoras das florestas; e 5) outros efeitos diretos e indiretos das florestas. Numa síntese atual, a categorização quíntupla de Bitterlich pode ser sistematizada em três: produção (ou econômica), proteção (ou ambiental) e sociocultural. Essas são as funções das florestas que a legislação de um país busca garantir – e, não sendo tendenciosa -, de forma equilibrada. A Engenharia Florestal debruça-se, assecuratoriamente, no campo científico e tecnológico, em torno dessas três funções, objetivando produzir bens e serviços de natureza florestal para as gerações presentes e futuras. No transcurso da sua ação, integra a sua base de conhecimento ao de outros ramos da ciência, harmonizando-se ao labor de outras profissões!
Conhece meu blog? http://saudacoesflorestais.blogspot.com
ResponderExcluirProfessor, adorei!
ResponderExcluirmuito bonito o seu texto!
ResponderExcluirProfessor querido maravilhoso seu texto!Adoreiiiiiii
ResponderExcluirMuito Bom o texto!!
ResponderExcluirA comunidade florestal do nordeste (Universidade Federal de Campina Grande - Patos - PB) Agradeçe!
Forte Abraço!!
Continuo aprendendo com o professor Atimatéa. José de Arimatéa foi o guardião do santo graal de cristo e parece que todos que carregam este nome acabam recebendo aos seus cuidados um certo graal.
ResponderExcluirEm síntese devemos destacar o benefício das florestas no século 21, sem esqueçer que o desenvolvimento do mundo antigo e moderno foi alicerçado sobre o consumo de produtos florestais. A Europa possui menos de 0,3 % de cobertura florestal original em seu território, resumidas a algumas pequenas áreas na Polônia e menores ainda em outros países. E que florestas eram... sob o ponto de vista de estrutura e beleza cênica eram incríveis...
O desafio da humanidade é calcar o desenvolvimento na convivência com as florestas, sem consumí-las indeliberadamente. Produtos florestais madeireiros e não madeireiros serão cada vez mais demandados pelas populações humanas. Florestas são abrigo de fauna e outros seres vivos importantes para a biodiversidade e equilíbrio ecológico o que faz da preservação dos ambientes florestais uma ação bondosa, humana e evoluída sob o aspecto social e até mesmo espiritual.
Por muitos anos as Instituições de pesquisa do Brasil se omitiram em produzir informações sobre silvicultura e manejo de espécies florestais nativas. Creio que este seja o grande desafio: conhecer cientificamente o potencial das espécies florestais para os diversos fins (econômicos, ambientais e socioculturais).
Embrapa, Universidades, Institutos Federais de Educação devem unir esforços no sentido de resgatar o conhecimento empírico e produzir novas informações sobre as florestas, assim como fizeram para os alimentos em geral.
Um abraço!
Orgulho de ser Engenheiro Florestal!
ResponderExcluirMuito bom professor, ótimo texto!
Nossa, muito bom, bem intelectual!!!
ResponderExcluirComo sempre, iluminando a gente.
ResponderExcluirAs vezes, em meio a todo o caos, precisamos que um grande mestre nos mostre mais uma vez a beleza da profissão que escolhemos.
Obrigada, Ari.
orgulho de ter sido aluna desse mestre!! que vive... conhece... sabe e compartilha!
ResponderExcluirParabéns Prof. Arimatea pelo excelente texto.
ResponderExcluirExcelente o texto! precisamos mesmo conscientizar a população mundial da importância das florestas e do engenheiro florestal para a manutenção e desenvolvimento das mesmas!
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